Cai média de idade de mortes e de casos de covid-19
A idade média dos casos e das
mortes de covid-19 apresentou uma queda quando se compara a semana
epidemiológica (SE) 1 (3 a 9 de janeiro) e a 27 (3 a 10 de julho) de 2021,
segundo o Boletim Observatório Covid-19, publicado hoje (22) pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nos dados mais recentes, a média de idade das
internações está em 53 anos, contra 62,5 na SE 1; as médias de óbitos foram 73
e 65 nas semanas epidemiológicas 1 e 27, respectivamente.
Os dados foram obtidos a partir do
Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SivepGripe) e,
segundo os especialistas, apontam para uma nova fase da epidemia no país.
“Convém ressaltar que houve uma inflexão na tendência de declínio. Para os
casos, a média de idade das internações já chegou a 52,1 anos. Para os óbitos,
a inflexão é mais evidente: a média da idade atingiu 59,4 anos”, disseram os
especialistas.
Em comparação com a semana
epidemiológica 23 (6 a 12 de junho), houve um aumento de internações entre
idosos, que esteve em 27,2% na semana epidemiológica 23 e na 27 subiu
para 31,8%. Os dados indicam que na semana epidemiológica 23 foi registrada a
menor porcentagem de idosos no número de óbitos (44,8%). Na SE 27, esse
percentual subiu para 58,2%. Os dados mostram também redução de internações em
leitos de terapia intensiva na faixa etária de 50 a 59 anos e uma interrupção
no aumento na faixa de 40 a 49 anos na comparação entre as duas semanas
epidemiológicas.
Nas últimas duas semanas
epidemiológicas, a trajetória descendente no número de casos de Síndromes
Respiratórias Agudas Graves (SRAG) desacelerou. Segundo os cientistas do
Observatório Covid 19, nas últimas duas semanas epidemiológicas, o aumento
recente ou o registro de estabilidade em alguns estados sugere um quadro a ser
monitorado. Nesse período foi registrada uma queda tanto no número de casos
novos (-2,1%), quanto no de óbitos (-2,6%), tendência sustentada desde a
análise das semanas anteriores. A taxa de letalidade foi mantida em torno de
3%.
Os pesquisadores destacaram a
importância do avanço da campanha de imunização para a melhora nos
números da pandemia. “O avanço da vacinação no Brasil tem ocorrido de forma
mais lenta do que a desejável. Ainda assim, a melhoria do quadro pandêmico no
país é uma consequência direta do aumento no número de imunizados”, disseram os
especialistas.
Não houve aumento das taxas de
incidência ou mortalidade em nenhum estado. Houve uma redução expressiva no
número de casos de covid-19 no Rio Grande do Norte, em Rondônia e em Alagoas e
uma redução no número de óbitos expressiva no Piauí, no Acre, no Pará e em
Sergipe.
As maiores taxas de incidência de
covid-19 no período das últimas duas semanas foram observadas nos estados de
Roraima, de Mato Grosso e de Santa Catarina. Paraná, Mato Grosso e São Paulo
apresentam as maiores taxas de mortalidade. As maiores taxas de letalidade
foram registradas no Rio de Janeiro (5,7%), São Paulo (3,4%), Amazonas (3,4%) e
Pernambuco (3,1%).
Para os especialistas, as altas taxas de letalidade “revelam falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnósticos, da triagem de infectados e seus contatos, identificação de grupos vulneráveis, bem como a incapacidade de se identificar e tratar adequadamente os casos graves de covid-19”.
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