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Mais de 16 mil orelhões estão quebrados em Pernambuco

Orelhão
OrelhãoFoto: Arthur Mota 

Com as contas apertadas devido à crise, o manobrista Sérgio Pereira já não consegue mais colocar créditos no celular para o mês inteiro. Por isso, voltou a recorrer aos orelhões. O problema é que ele nem sempre encontra orelhões funcionando por onde passa. E não é para menos. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 46,3% dos Telefones de Uso Público (TUP) de Pernambuco estão quebrados. Por isso, a agência determinou que as ligações feitas nesses aparelhos permaneçam gratuitas até pelo menos março de 2019. 

Pernambuco possui atualmente 30.275 orelhões. Contudo, só 16.260 estão em funcionamento, o que motivou a gratuidade em todo o Estado para ligações fixas e móveis originados dos orelhões”, informou a Anatel, destacando que a gratuidade vale tanto para as ligações locais quanto as de longa distância feitas para telefones fixos ou celulares. Ainda segundo a agência, as chamadas permanecem gratuitas até que as metas de disponibilidade sejam alcançadas pela empresa que detém a concessão desse serviço no Estado - no caso, a Oi. E, em Pernambuco, o satisfatório seria que pelo menos 27.247 orelhões estivessem em funcionamento. Isso porque, segundo os cálculos da Anatel, os orelhões devem atender 90% do território estadual. Pernambuco, no entanto, tem a quinta menor distribuição de TUP’s do Brasil: só 61% do seu território tem orelhões disponíveis.

Sérgio sabe muito bem disso. Ontem mesmo, precisou ligar para a esposa, mas não tinha crédito no celular. Por isso, foi em um ponto de orelhão próximo ao mercado de São José, no Centro do Recife. Dos três telefones existentes no local, porém, só um estava em funcionamento. “É uma pena, porque ajuda quando falta crédito ou quando o celular descarrega. Eu mesmo uso muito”, disse o manobrista, contando que há outros orelhões sem funcionar nas redondezas do mercado. “A maioria está quebrada. Até ajeitaram, mas pifou de novo. É péssimo, porque fico sem poder falar com meus fregueses e com minha família”, contou o vendedor José Cabral, que não tem celular e usava o orelhão da frente do trabalho como meio de comunicação. 


Responsável pela operação dos orelhões em Pernambuco, a Oi garantiu que “mantém um programa permanente de manutenção de seus telefones públicos e conta, ainda, com as solicitações de reparo enviadas à companhia pelo canal de atendimento 10331”. A empresa argumentou ainda que “como os orelhões da empresa estão instalados em vias e estabelecimentos públicos, sofrem, diariamente, danos por vandalismo” - segundo a Oi, cerca de 10% dos orelhões de Pernambucoforam danificados mensalmente por atos de vandalismo nos seis primeiros meses deste ano. Nesse mesmo período, a Oi investiu R$ 83,5 milhões em Pernambuco - não apenas em orelhões. E mais deve ser investido nos próximos meses, porque a empresa garantiu que vai cumprir a determinação da Anatel de manter a gratuidade das ligações feitas em orelhões.


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