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Lula revela detalhes sobre situação dos yanomamis e manda recado para garimpeiros

 

Após visita às terras indígenas do povo Yanomami, em Boa Vista, capital de Roraima, o presidente Lula usou o Twitter, na manhã deste domingo (22), para fazer um desabafo sobre a situação das crianças indígenas.

“Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, escreveu.

Neste sábado (21), o presidente e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, visitaram Roraima para verificar a situação dos indígenas. O Ministério da Saúde declarou estado de emergência de saúde pública no território Yanomami para enfrentar à desassistência sanitária das populações. Ao menos oito crianças Yanomami em estado grave foram resgatadas desde a última segunda-feira (16) por técnicos da pasta.

“Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarréia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que ao menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami nos últimos 4 anos, com doenças que poderiam ser evitadas”, contou Lula.

O mandatário do Palácio do Planalto ainda revelou detalhes sobre a situação dos indígenas. “Na Casa de Saúde Indígena Yanomami vi pessoas que saem de suas aldeias em busca de atendimento em Boa Vista e depois não conseguem voltar. Conversei com uma senhora que está há 6 meses à espera do transporte de volta, desesperada porque seus filhos ficaram na comunidade. Outro Yanomami, que trabalha como agente comunitário de saúde, me contou que foi a Boa Vista receber o salário e não consegue mais voltar para cuidar da saúde do seu povo. Isso precisa e vai acabar”, afirmou.

Lula ainda culpou a atividade de garimpo ilegal, o governo e mandou um recado direto aos garimpeiros. “Além do descaso e do abandono por parte do governo anterior, a principal causa do genocídio é a invasão de 20 mil garimpeiros ilegais, cuja presença foi incentivada pelo ex-presidente. Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte.

“Uma das lideranças com quem conversei resumiu a tragédia: “o peixe come o mercúrio, a gente come o peixe, a gente morre”. Por isso, repito o que disse durante a campanha, e digo novamente agora ainda com mais convicção: não haverá garimpo ilegal em terra indígena”, disse.


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