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Caso Beatriz: Perito criminal da PF contesta o que foi dito por Sanguinetti, que atuou no Caso Isabella Nardoni

 


 Apesar da prisão de Marcelo da Silva, 40 anos – o assassino confesso da menina Beatriz Angélica – anunciada na última segunda-feira (10) pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), o caso ainda desperta controvérsias.

 Em entrevista, o Perito Criminal Aposentado da Polícia Federal (PF), Edson Pacheco, rebateu declarações concedidas à imprensa local pelo médico da Polícia Militar de Alagoas, George Sanguinetti, o qual ficou nacionalmente conhecido por questionar as investigações dos assassinatos do empresário Paulo Cesar Farias e de sua namorada Suzana Marcolino, além do da garotinha Isabella Nardoni.

 Pacheco afirmou que alguém tinha de defender a Perícia Criminal Oficial do Caso Beatriz. “São profissionais de excelente qualidade”, destacou.

 Pacheco está convicto no que diz. Com uma vasta experiência na área, ele é Mestre em Perícias Forenses, Doutorando em Criminologia e Ecologia Humana e professor do curso de Direito da Faculdade de Petrolina (Facape). Para o especialista, qualquer pessoa que tire conclusões sobre o caso e não tenha conhecimento direto do que aconteceu na investigação ou nas perícias realizadas “é um irresponsável”.

 Sem citar diretamente Sanguinetti, Pacheco argumentou que a polícia agiu corretamente em não permitir o acesso do médico  às provas do crime, ocorrido há pouco mais de 6 anos no Colégio Maria Auxiliadora. 

 “Só quem pode ter acesso às provas são as pessoas envolvidas na investigação. Não é qualquer um que pode chegar e dizer ‘eu quero ver as provas, seu delegado’. Não é assim que funciona. E se alguém tiver fundamento para isso, requeira ao Ministério Público, à própria polícia”, pontuou.

 DNA

 Para Pacheco, o DNA do provável assassino de Beatriz recolhido da faca utilizada na noite do crime pode ser considerada uma prova “robusta e contundente”, porque o indivíduo, quando identificado, não tem como questionar. Ele acredita ainda que Marcelo pode, sim, ter agido sozinho, conforme a versão oficial da PCPE. “A vítima não tinha tanta força para oferecer resistência. Eu estive no local e ajudei a processar em termos de revelação de impressão papiloscópica. É um corredor escuro, e à noite ele pode ter feito isso sozinho. Houve pessoas que viram esse indivíduo em atitude suspeita, umas quatro ou cinco pessoas, e certamente a polícia vai buscar outras provas. Reconhecimento, por exemplo. O reconhecimento não é uma questão definitiva, mas, não deixa de somar ao DNA”, frisou.

 O professor da Facape disse compreender a cobrança por mais provas para o Caso Beatriz, no entanto, ele acredita que a polícia irá apresentar novos indícios que corroborem com o que levou à prisão do assassino confesso de Beatriz.

 Outro ponto polêmico contestado por Pacheco, em relação a Sanguinetti, é o fato de o homem preso na semana passada já ter antecedentes pela prática de estupro de criança, mas, foi tratado por Sangunetti por “um pobre homem”. “Como você pode afirmar que estuprador de criança não comete homicídio? Não faz nenhum sentido. Muito pelo contrário. O que a gente vê, na verdade, é que é muito comum estupradores praticarem homicídio. Então, uma pessoa chegar na imprensa e falar que tem certeza que não foi ele (Marcelo), e que o fato do indivíduo ser estuprador não é histórico de ser homicida, eu acho isso até uma irresponsabilidade”, concluiu.

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