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Covid-19: 7,8 milhões de brasileiros moram a 4 horas de distância de grandes centros de saúde

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil













Quase oito milhões de brasileiros estão a pelo menos quatro horas de distância de uma cidade que ofereça atendimento de alta complexidade, como hospitais, com Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e equipamentos especializados em combater doenças respiratórias. A constatação foi feita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e relata a dificuldade de moradores do interior em meio à pandemia do novo coronavírus.

A análise mostra que Amazonas, Pará e Mato Grosso estão entre os estados com pior resultado. Cerca de 20% da população das unidades federativas mora em áreas distantes dos centros de atendimento. 

No interior do Nordeste, no norte de Minas Gerais e no sul do Piauí também foram encontradas evidências de que moradores têm dificuldade no acesso a atendimento especializado.  

O estudo trouxe, ainda, dados sobre a rapidez da interiorização da covid-19. Na semana de 9 a 16 de maio, por exemplo, municípios com população entre 20 e 50 mil habitantes registraram, por dia, uma vítima fatal da doença em pelo menos seis cidades. Em municípios com mais de 50 mil habitantes, 58% dos casos confirmados da doença acabaram em morte. 

A análise da Fiocruz destaca a importância da integração e do diálogo entre municípios, estados e União em políticas de contenção do novo coronavírus e o desafio representado pela interiorização. Segundo a nota publicada, “um dos grandes problemas para a rede de saúde brasileira é a acessibilidade geográfica. O Brasil possui dimensões continentais e, por isso, algumas regiões mais remotas impõem à sua população o deslocamento de enormes distâncias para busca de atendimento.”  

A nota conclui que a definição e a utilização de regiões compostas por conjunto de municípios é o caminho para adotar medidas de restrição ou relaxamento do isolamento social. 

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