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“São João de Petrolina, o mais caro do Brasil. Reclamam consumidores da festa

(fotos: Jonas Santos)
“Uma latinha de cerveja, quente e de uma marca muito ruim, custa R$ 6,00, refrigerante, R$ 5,00, um cachorro quente, 15 reais, uma coxinha, 8, um “capeta”, 10 reais e a água está custando, 4 reais. Um absurdo! Preços de aeroportos! Extorsão! Lá eu não vou mais”, relatou um leitor, indignado com os preços dos produtos comercializados dentro do Pátio Ana das Carrancas, espaço onde está sendo realizado o São João de Petrolina.
A queixa dele se soma a outros relatos postados nas redes sociais, de pessoas indignadas com os valores das bebidas e lanches praticados em todas as áreas da festa, do camarote a pista.
“Tudo caro! Beleza, é um festão, bandas boas e de graça, mas também os valores das bebidas e comidas, Ave Maria”.
“Pobre fica do lado de fora, no caso eu”.
“São um bando de aproveitadores, oportunistas”.
Whisky que custa R$ 40,00 reais no mercado, vendido a 120, 00 reais lá dentro”. Estes são alguns comentários de jovens na página Juazeiro Cem Mil Graus, que ironizou a prática de preços no evento.
A mesma insatisfação toma conta dos barraqueiros que montaram comércio na festa. De acordo com um deles, que pediu para não ser identificado, os preços altos são em consequência da imposição da empresa responsável pelo evento, que está repassando os produtos, com um custo alto também. Tratando-se portanto, de um efeito cascata.
“O litro de uma cachaça custa R$ 34 reais no mercado, mas a empresa vende ao barraqueiro por R$ 70 e o barraqueiro vai vender por R$ 100. Ou seja, o vendedor vai ganhar R$ 30 e a empresa R$ 36. A cerveja de lata está sendo comprada por R$ 3, e a gente tem que vender por R$ 5 ou 6. Refrigerante, a mesma coisa. Nesses preços, não têm quem compre. Não é justo que a empresa cobre o que está cobrando e ainda ficar com 70% do lucro”, disse o barraqueiro.
Ainda segundo ele, o preço do aluguel do espaço também traz desvantagens aos comerciantes e onerou a participação na festa. “As barracas do ano passado, de R$ 600, subiram para R$ 3 mil; de lanche, de R$ 300, foi para R$ 2 mil; as barracas de drinks, de R$ 250 passaram para R$ 1.500”, relatou. O homem diz ainda que os barraqueiros são obrigados a chegar no espaço às quatro horas da tarde, senão são proibidos de entrarem no espaço, sendo que a programação começa a partir das 19h.
Taí a explicação para a queixa dos consumidores que estão pagando muito caro para curtir um dia de festa. Só para se ter uma ideia, a cerveja de 350 ml da empresa patrocinadora, que pode ser comprada em supermercados por até R$ 2 reais, está sendo vendida por mais que o dobro do valor.
“Eu achei um absurdo, de verdade. Pagamos caro com o deslocamento, para ir e voltar, e para consumir, ainda temos que pagar preços absurdos. Pelo visto, vamos ter que escolher em quais os dias consumir e quais dias não. É uma festa que está perdendo a caracterização de festa pública. Daqui uns dias, vão começar a cobrar para entrar. Não adianta ter uma mega estrutura, ser bem organizado, e pecar por isso”, relatou Mônica Duarte, vendedora autônoma.
“Privatizaram o São João de Petrolina! Uma festa linda, mas para poucos. Uma festa bem organizada, mas inacessível. Deixou de ser uma festa pública, para o povo,”criticou Olegário Silva, auxiliar de enfermagem.
Mas como o brasileiro tem um jeitinho pra tudo, aí vai a dica, de uma jovem internauta, para os amantes do festejo junino, de como participar, sem desembolsar muito dinheiro : “É o jeito bater um pratão de cuscuz com carne bem caprichado, em casa, e já ir no clima, com umas ‘pitus’ na cabeça. Ir só para curtir as bandas e voltar pra casa, boa da silva,” brincou.
O São João de Petrolina começou no último dia 15 e segue até o dia 23. 

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