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Clãs crescem, clãs descem

Após as eleições de 2018, como de costume, as forças políticas tradicionais serão totalmente reformuladas conforme o resultado que surgir das urnas. Os clãs políticos que já existem no estado tentam ampliar ou, ao menos, continuar assegurando as forças que possuem agora. Outros, pensam no futuro e arriscam apostando todas as fichas possíveis. O clã dos Ferreira, liderado por André e Anderson Ferreira, já detém a prefeitura de Jaboatão, segundo maior colégio eleitoral de Pernambuco e querem emplacar um deputado federal, um estadual e um vice-governador. Os mandatos de deputado são garantidos, o que já lhes conferiria um poder imenso somado à máquina municipal, mas, se conseguirem a façanha de eleger Fred Ferreira vice-governador, a família sobe de patamar e passa a ser uma das principais famílias até do Nordeste.
Os Bezerra Coelho dominam a prefeitura de Petrolina, possuem o mandato de senador com Fernando e pretendem eleger um federal e um estadual com grandes chances de êxito. O patriarca da família se desgastou muito aliando-se a Temer e rompendo com Paulo na tentativa de sair candidato a governador pelo então PMDB. Ele corre o risco de passar no mínimo 2 anos na oposição estadual e ficar sem significativos espaços no governo. 
Os Cavalcanti, dos deputados irmãos Júlio e Zeca, diante da possibilidade factível de ambos ficarem sem mandato, abortaram a candidatura estadual e focaram somente em reeleger Zeca deputado federal, no intuito de continuar com a estrutura mais forte da família. A estratégia, segundo alguns analistas atentos, já surte efeito mas não livra os Cavalcanti da pior das hipóteses totalmente. 
Os Costa, liderados pelo candidato a senador Silvio Costa, pretendem eleger dois deputados e tentar arriscar o mandato do pai. Silvio ancora-se no lulismo para tentar a vaga de senador, embora saiba que, caso Armando vença e ele perca, possui cadeira cativa no secretariado estadual. A família Martins tem chances de reeleger Claudiano Filho com tranquilidade. Uma parte da família apoia Paulo, outra está com Armando e uma terceira, menor, vai de Maurício Rands – qualquer que seja o final da história, eles estão debaixo do guarda-chuva.
Os Magalhães de Clodoaldo e Eudo, podem encontrar dificuldades após o rompante com João Coutinho, mas controlam uma quantidade significativa de prefeituras e tendem a manter a mesma força política que outrora detêm. Os Lira, liderados pelo ex-deputado e ex-prefeito Elias Lira, possuem todas as chances de conservar o mandato de deputado estadual de Joaquim Lira, filho de Elias e ainda incentivam a candidatura de Paulo Roberto pelo PATRI, que rivaliza diretamente com Davi Muniz a segunda vaga da chapa de deputado federal. Os Cavalcanti de José Humberto e Ricardo Teobaldo são alguns dos mais tranquilos em 2018. Apesar de terem perdido a prefeitura de Limoeiro, conservam muitas bases dentro e fora do berço, então nenhum dos dois deve ter surpresas negativas neste processo. Pelo contrário, Teobaldo tem tudo para estourar de votos. 
O deputado estadual Pedro Serafim Neto cansou da vida na Assembleia e quer trocar de lugar com  a irmã Débora Serafim, que vem dando carga há muito tempo para chegar competitiva. O clã que já comandou a prefeitura de Ipojuca, agora luta para não ser apagado do mapa político estadual. Os Amorim, de Petrolina, querem subir de patamar e emplacar dois deputados, Dulcecleide e Odacy. Defensores do lulismo no sertão, tendem a se beneficiar fortemente da escalada de Haddad e do petismo de raiz. 
Os Santana de Ipojuca não devem sofrer muitas surpresas e manter o cargo de Simone como deputada estadual. Por último, mas não menos importante, os Labanca devem reeleger Vinícius deputado estadual, mas precisam correr para conseguir os votos necessários e retomar em 2020 a prefeitura de São Lourenço da Mata que é seu principal ancoradouro político.
Adendos – Nomes como Queiroz, Urquiza e Patriota figuram na boca dos cochichos como clãs que serão soterrados politicamente. Já os Uchôa, Coutinho, Monteiro e Mendonça devem manter os cargos que já possuem ou ampliá-los.
Kamikazes – Este ano, houve quem desistisse de uma reeleição líquida e certa para coordenar campanha majoritária. Então, a ansiedade é grande porque o espaço no governo depende da vitória de seu candidato. Se seus candidatos perderem, correm o risco de ir do céu ao inferno em minutos e passar um bom tempo a pão e água
Chiadeira – Alguns candidatos, principalmente a deputado estadual, estão reclamando de não terem a vida resolvida pelo candidato a governador que defendem. Muitos já falam em fazer corpo mole no primeiro turno e apoiar explicitamente no segundo, quando a fatura proporcional já está paga.
Escrito por Marcelo Velez

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