Na Semana Mundial da Amamentação, especialistas reforçam importância do aleitamento materno
Amamentação é a base da vida. Esse é o tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno de 2018. Apesar do Brasil ser referência mundial quando se trata de bancos de leite e de incentivo à amamentação, os índices do país ficaram estagnados nos últimos anos.
A situação preocupa a representante do Ministério da Saúde, Fernanda Monteiro. Ela destaca que, se forem feitos os investimentos adequados no aleitamento materno, o país pode reduzir em 13 por cento a mortalidade infantil.
Fernanda destaca que os benefícios do aleitamento vão além da simples alimentação.
"Tem vários estudos que mostram que uma criança, quando é amamentada, ela tem melhor desenvolvimento, ela tem inclusive um grau de QI diferenciado das crianças que não são amamentadas, tem maior escolaridade e renda na vida adulta. Então muitas vezes a gente fica com o foco em relação ao aleitamento materno muito pra hoje. O aleitamento como uma vacina, como prevenção de infecções, diarreia. Mas o aleitamento materno, ele perdura por toda a vida".
Fernanda Monteiro sugeriu ainda que a política integral de saúde da criança estabelecida em 2015 pelo Ministério da Saúde seja transformada em lei. Ela lembra que investimentos em prevenção diminuem os gastos com saúde no futuro, e auxiliam até mesmo a economia.
A professora Lylian Dalete, especialista em aleitamento materno, também destacou a importância nutricional e imunológica da amamentação.
Dalete destaca que a formação de profissionais especializados é fundamental para auxiliar as mães e garantir que elas não desistam do processo de amamentar, que pode ser difícil se não houver apoio e orientações adequadas.
"A gente acha que amamentação é muito simples. Nasceu o nenê, põe no peito que o leite desce. É tão natural, fisiológico. Só que na espécie humana não é tão simples assim. A amamentação na nossa espécie é biologicamente determinada, nós ainda somos mamíferos, mas é sócio-culturalmente condicionada. Então o meio em que essa mulher vive, as condições de vida e de trabalho que ela tem são determinantes na opção que ela faz de continuar amamentando ou não. Por isso é tão importante".
O deputado Diego Garcia, do Podemos do Paraná, que pediu a realização do debate na Comissão de Seguridade Social e Família, também acredita que uma legislação mais eficiente pode ajudar a ampliar a amamentação e a combater a mortalidade infantil.
Projeto de autoria de Diego Garcia, já transformado em lei (Lei 13.436/17), garante que as mães recebam orientação sobre o aleitamento nos hospitais, logo após o parto, antes de receberem alta.
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