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Caravana da Aliança LGBTI+ leva debate contra o preconceito para Petrolina nesta quarta



Aceitação de filhos LGBTs será assunto da roda de conversa aberta ao público

Em tempos nos quais Pernambuco figura entre os estados mais violentos para a comunidade LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e interssexuais) no Brasil, a coordenação estadual da Aliança Nacional LGBTI+ segue para o Sertão do São Francisco nesta semana com uma sequência de caravanas por munícipios pernambucanos. A ideia é debater temáticas relacionadas à diversidade com estudantes, comunicadores e profissionais de outras áreas em encontros gratuitos e abertos ao público, de maneira a aumentar a corrente contra o preconceito.

Depois de Jaboatão dos Guararapes, Caruaru e Arcoverde, será a vez de Petrolina receber a caravana, nesta quarta-feira (25), a partir das 19h, no auditório da Univasf. A temática da conversa (aberta ao público em geral) será "Família e sexualidade: Aceitação e rejeição dos LGBTI+". Para debater o tema, foram convidadas a produtora cultural Maria do Céu (ativista e membro do Conselho de Direitos Humanos do Recife), Chico Egídio (produtor cultural, cineasta, fotógrafo e militante LGBTI+) e Geórgia Romero e Solange Soares (empresárias executivas do Café de Bule e primeiro casal homoafetivo a se casar no fórum de Petrolina). 
A escolha do tema se faz necessária uma vez que quase 500 LGBTs são mortos por ano no Brasil (dados de pesquisa do Grupo Gay da Bahia, de 2017), e Pernambuco figura em sexto lugar no ranking de homicídios contra homossexuais no país (foram 27 assassinatos, em 2017) - o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. A taxa de suicídios dentro do segmento LGBT, sobretudo entre jovens, é significativamente mais alta do que entre heterossexuais: “jovens rejeitados por sua família por serem LGBT têm 8,4 vezes mais chances de tentarem suicídio” e “lésbicas, gays e bissexuais adolescentes têm até cinco vezes mais chances de se matarem do que seus colegas heterossexuais”, revela o estudo do GGB. Em 2017, foi registrada a ocorrência de 58 suicídios no Brasil, sendo 33 gays, 15 lésbicas, 7 trans e 3 bissexuais.

De Petrolina, a Caravana da Aliança segue para Garanhuns, devendo passar depois por Triunfo e Afogados da Ingazeira, sempre levantando a bandeira da diversidade.

A Aliança
A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização da sociedade civil, pluripartidária e sem fins lucrativos. Legalmente registrada desde 2003, atuava inicialmente como uma lista de discussão na internet e depois ampliou seu trabalho de promoção e defesa dos direitos humanos e cidadania da comunidade LGBTI+, nos estados brasileiros através de parcerias com pessoas físicas e jurídicas. 
Com menos de um mês de coordenação em Pernambuco, a Aliança já realizou diversas ações em prol da comunidade local. No dia 21 de junho, lançou o Manual de Comunicação LGBTI+ no Recife, uma ferramenta que auxilia comunicadores a utilizar termos ligados ao universo LGBTI de maneira correta. Participaram do encontro jornalistas de renome no estado, como Graça Araújo (TV Jornal), Marcionila Teixeira (Diario de Pernambuco) e o youtuber Pedro Castilho (canal Põe na Roda).
No último dia 28, coloriu as águas do Capibaribe e pontes do Recife com bandeiras do arco-íris, para lembrar o Dia Internacional do Orgulho Gay e alertar para os altos índices de violência contra a comunidade LGBT do país - em 2017, mais de 450 pessoas foram assassinadas por conta de sua orientação sexual e Pernambuco foi o sexto estado mais violento no ranking. O ato com as bandeiras foi elogiado e abraçado por várias pessoas na capital.

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